segunda-feira, outubro 24, 2011

Conhecendo o inimigo (2): Biologia Zumbi


Continuando com a máxima proposta por Sun Tzu de que devemos conhecer nosso inimigo como conhecemos a nós mesmos, vamos hoje iniciar um debate sobre as características biológicas dos Zumbis. Já debatemos por aqui os possíveis aspectos sociológicos da comunidade zumbilesca (clique aqui), agora a proposta é fazer uma verdadeira Biologia Zumbi, para que assim possamos identificar seus pontos fortes e fracos.

Da mesma forma que nos pensamentos sociológicos, devemos nos perguntar se há efetivamente uma biologia zumbi, já que a ciência biológica, por definição, estuda os seres vivos. Pensar que não é possível estudar os zumbis numa abordagem biológica, pois eles não estão vivos pode ser um grande erro. Primeiramente devo dizer que zumbis não estão vivos, mas também não estão mortos. Eles compõem um novo estágio entre a morte e a vida. Dito isto, acredito que podemos observar nossos inimigos pelos aspectos da biologia.

Gostaria de começar o debate a respeito com observações sobre as transformações ocorridas no corpo, após a infecção do vírus. Ao ser infectado o humano comum apresenta as funções biológicas normais, contudo, após a infecção, observamos alguma dificuldade de locomoção, ocasionada por uma atrofia muscular instantânea, ampliada em função do período em que o humano passa em estado de morte, que pode durar de 1 a 12 horas.

Outro ponto notável é uma mudança na córnea, indicando uma perda visual significativa. Aparentemente a visão não é um dos principais sentidos dos zumbis, sendo bastante prejudicada no período noturno. Da mesma forma, os desmortos perdem automaticamente a capacidade de falar, passando a realizar grunhidos ainda não decifrados por nós humanos (por sinal, segue uma ótima dica de pesquisa para os antropólogos e lingüistas: Estabelecer um idioma Zumbi), indicando uma atrofia nas cordas vocais.

Como visto, os grupos musculares são os mais afetados pelo vírus em um primeiro momento, porém são os responsáveis pela manutenção da temperatura corpórea. Zumbis perdem sua capacidade de sangrar até a morte. Como o coração é um músculo, seu sistema sanguíneo perde rapidamente a função de transportar elementos para o corpo. Quando vemos sangue saindo de algum morto-vivo é simplesmente o resto de sangue existente nos músculos, que servem apenas para a manutenção da temperatura corpórea.

Apesar da atrofia muscular afetar diretamente o coração, há ainda batimentos cardíacos, mesmo que raros. Um estudo realizado pelo Departamento de Zumbilogia e Reanimação, do Instituto Autônomo da Flórida, apresentou duas tipologias de batimentos cardíacos, em função do tipo de zumbi (você pode ver o estudo clicando aqui). Compare o tipo de batimento cardíaco de um Zumbi com o de um humano normal nas imagens dos cardiogramas abaixo, retirados do site do instituto.


Ao contrário de seus primos vampiros, os zumbis não sofrem alterações na estrutura óssea. Sua dificuldade de locomoção é decorrente da atrofia muscular que afeta todo o corpo. Os ossos mantêm as duas funções originais, que são a de sustentação do corpo e proteção dos órgãos internos (no caso o cérebro).

As cartilagens não são afetadas pelas transformações do vírus, o que mantém no Zumbi a capacidade de audição, constituindo na verdade sua principal arma para encontrar alimentos.

Se a audição é a principal forma de encontrar alimento, o olfato é a maneira de reconhecer um companheiro zumbi ou diferenciar um humano. Apesar dos músculos pulmonares estarem danificados, o sistema nervoso ainda está ativo, possibilitando o reconhecimento de cheiros. Neste ponto temos duas possibilidades:

1.     Os mortos vivos exalam um feromônio específico, que auxilia no reconhecimento de seus pares, e no reconhecimento de quem não é. Se a causa da infecção for um vírus, talvez a produção deste cheiro seja o resultado da ação do vírus sobre a celular; 
2.     Os humanos exalam um feromônio reconhecido pelos zumbis como sendo o alimento. O que aparentemente não é verdade, como foi apresentando no primeiro episódio da segunda temporada do The Walking Dead.

Considerando que o sistema sanguíneo perde sua função, há uma falta de transporte das vitaminas necessárias para o funcionamento do corpo, o que poderia causar uma degeneração muscular. Nos Zumbis isso pode não ser importante, tendo em vista que seu fator de degeneração é visivelmente reduzido. Alguns estudos têm observado que a decomposição de um zumbi pode demorar até 10 anos, sem ser atacado.
Alguns acreditam que os zumbis apresentam alta decomposição com o tempo. http://www.fvza.org/zscience2.html 


Aparentemente o sistema nervoso é o único que permanece ativo em um zumbi, mesmo que em um estado mais demorado e afetado, apresentando uma redução no tamanho do cérebro. Nos zumbis os comandos do cérebro para os músculos demoram 0,003 milissegundos, some isto o fator da contração muscular, o que amplia o tempo de reação de um morto vivo. Mesmo os novos-zumbis, aqueles recém transformados, apresentam velocidade de reação bastante reduzida. Observe o eletroencefalograma abaixo que apresenta a transformação de um cérebro humano para um cérebro infectado

Apesar de manter suas funções, o cérebro de um Zumbi apresenta redução de tamanho em função do tempo da transformação.
Bom, este é o primeiro post. Como a biologia é muito ampla, publicaremos outras análise sobre o assunto em breve. Acredito que este de hoje já ajude no conhecimento dos nossos inimigos, que estão chegando.

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