Continuando com a máxima proposta por Sun Tzu de que devemos
conhecer nosso inimigo como conhecemos a nós mesmos, vamos hoje iniciar um
debate sobre as características biológicas dos Zumbis. Já debatemos por aqui os
possíveis aspectos sociológicos da comunidade zumbilesca (clique aqui), agora a proposta é
fazer uma verdadeira Biologia Zumbi, para que assim possamos identificar seus
pontos fortes e fracos.
Da mesma forma que nos pensamentos sociológicos, devemos nos perguntar
se há efetivamente uma biologia zumbi, já que a ciência biológica, por
definição, estuda os seres vivos. Pensar que não é possível estudar os zumbis
numa abordagem biológica, pois eles não estão vivos pode ser um grande erro.
Primeiramente devo dizer que zumbis não estão vivos, mas também não estão
mortos. Eles compõem um novo estágio entre a morte e a vida. Dito isto,
acredito que podemos observar nossos inimigos pelos aspectos da biologia.
Gostaria de começar o debate a respeito com observações sobre as
transformações ocorridas no corpo, após a infecção do vírus. Ao ser infectado o
humano comum apresenta as funções biológicas normais, contudo, após a infecção,
observamos alguma dificuldade de locomoção, ocasionada por uma atrofia muscular
instantânea, ampliada em função do período em que o humano passa em estado de
morte, que pode durar de 1 a 12 horas.
Outro ponto notável é uma mudança na córnea, indicando uma perda visual
significativa. Aparentemente a visão não é um dos principais sentidos dos
zumbis, sendo bastante prejudicada no período noturno. Da mesma forma, os
desmortos perdem automaticamente a capacidade de falar, passando a realizar
grunhidos ainda não decifrados por nós humanos (por sinal, segue uma ótima dica
de pesquisa para os antropólogos e lingüistas: Estabelecer um idioma Zumbi),
indicando uma atrofia nas cordas vocais.
Como visto, os grupos musculares são os mais afetados pelo vírus em um
primeiro momento, porém são os responsáveis pela manutenção da temperatura corpórea.
Zumbis perdem sua capacidade de sangrar até a morte. Como o coração é um
músculo, seu sistema sanguíneo perde rapidamente a função de transportar
elementos para o corpo. Quando vemos sangue saindo de algum morto-vivo é
simplesmente o resto de sangue existente nos músculos, que servem apenas para a
manutenção da temperatura corpórea.
Apesar da atrofia muscular afetar diretamente o coração, há ainda
batimentos cardíacos, mesmo que raros. Um estudo realizado pelo
Departamento de Zumbilogia e Reanimação, do Instituto Autônomo da
Flórida, apresentou duas tipologias de batimentos cardíacos, em função do
tipo de zumbi (você pode ver o estudo
clicando aqui). Compare o tipo de batimento cardíaco de um Zumbi com o de um humano
normal nas imagens dos cardiogramas abaixo, retirados do site do instituto.
Ao contrário de seus primos vampiros, os zumbis não sofrem alterações na
estrutura óssea. Sua dificuldade de locomoção é decorrente da atrofia muscular
que afeta todo o corpo. Os ossos mantêm as duas funções originais, que são a de
sustentação do corpo e proteção dos órgãos internos (no caso o cérebro).
As cartilagens não são afetadas pelas transformações do vírus, o que
mantém no Zumbi a capacidade de audição, constituindo na verdade sua principal
arma para encontrar alimentos.
Se a audição é a principal forma de encontrar alimento, o olfato é a
maneira de reconhecer um companheiro zumbi ou diferenciar um humano. Apesar dos
músculos pulmonares estarem danificados, o sistema nervoso ainda está ativo,
possibilitando o reconhecimento de cheiros. Neste ponto temos duas
possibilidades:
1. Os mortos vivos
exalam um feromônio específico, que auxilia no reconhecimento de seus pares, e
no reconhecimento de quem não é. Se a causa da infecção for um vírus, talvez a
produção deste cheiro seja o resultado da ação do vírus sobre a celular;
2. Os humanos exalam um
feromônio reconhecido pelos zumbis como sendo o alimento. O que aparentemente
não é verdade, como foi apresentando no primeiro episódio da segunda temporada
do The Walking Dead.
Considerando que o sistema sanguíneo perde sua função, há uma falta de
transporte das vitaminas necessárias para o funcionamento do corpo, o que
poderia causar uma degeneração muscular. Nos Zumbis isso pode não ser
importante, tendo em vista que seu fator de degeneração é visivelmente
reduzido. Alguns estudos têm observado que a decomposição de um zumbi pode
demorar até 10 anos, sem ser atacado.
Alguns acreditam que os zumbis apresentam alta
decomposição com o tempo. http://www.fvza.org/zscience2.html
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Aparentemente o sistema nervoso é o único que permanece ativo em um zumbi, mesmo que em um estado mais demorado e afetado, apresentando uma redução no tamanho do cérebro. Nos zumbis os comandos do cérebro para os músculos demoram 0,003 milissegundos, some isto o fator da contração muscular, o que amplia o tempo de reação de um morto vivo. Mesmo os novos-zumbis, aqueles recém transformados, apresentam velocidade de reação bastante reduzida. Observe o eletroencefalograma abaixo que apresenta a transformação de um cérebro humano para um cérebro infectado
Apesar de manter suas funções, o cérebro de um Zumbi apresenta redução de tamanho em função do tempo da transformação. |
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